A Declaração de Líderes do G20 foi oficialmente aprovada nesta segunda-feira (18), após um intenso processo de negociação que resultou em um consenso entre os países participantes. O texto, que foi publicado à noite no site oficial do encontro, aborda questões globais de extrema relevância, como o combate à fome, a sustentabilidade, a reforma da governança internacional e o impacto crescente da inteligência artificial. A declaração também ressaltou a urgência do fim dos conflitos em andamento, com um foco particular nas guerras da Ucrânia e da Faixa de Gaza, além de fazer um apelo à taxação de indivíduos com patrimônio líquido ultra-alto, conhecidos como ultrarricos.
Um dos principais pontos destacados na declaração foi o lançamento oficial da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa voltada para combater a desigualdade social e promover a inclusão em todo o mundo. Os líderes também reafirmaram o compromisso com a sustentabilidade e o enfrentamento das mudanças climáticas, destacando a necessidade de ações conjuntas para proteger o meio ambiente e garantir um futuro mais equilibrado para as gerações futuras.
Além disso, o documento sublinhou a necessidade urgente de uma reforma na governança global, com ênfase na maior representatividade de países emergentes em organismos internacionais, como as Nações Unidas. Isso reflete uma crescente demanda por uma ordem mundial mais inclusiva e equitativa, onde os países em desenvolvimento possam ter mais voz nas decisões globais.
Apesar de algumas divergências iniciais, especialmente por parte do presidente da Argentina, Javier Milei, que havia mostrado resistência a certos aspectos do acordo, a declaração foi finalmente aceita por todos os líderes presentes. Milei, que expressou discordância em relação a alguns pontos, acabou aderindo ao consenso final, confirmando a disposição dos países do G20 em buscar uma frente unificada. O texto foi construído ao longo de meses de negociação, com os chamados “sherpas” — diplomatas de alto escalão — trabalhando nos bastidores para elaborar o acordo final.
Durante as negociações, houve ainda a inclusão de duas palavras em pontos chave do texto, que provocaram discussões nos últimos momentos. A primeira modificação foi a inclusão de infraestrutura em um parágrafo que condena os ataques a civis em contextos de guerra. A nova redação destaca que “todas as partes devem cumprir suas obrigações ao abrigo do direito internacional”, incluindo a proteção de civis e infraestruturas essenciais durante os conflitos. A segunda mudança foi a adição de especificamente em um trecho relacionado à guerra da Ucrânia, a fim de esclarecer os impactos do conflito na segurança alimentar, energética, e na estabilidade econômica global.
A declaração também tocou em temas como o futuro da inteligência artificial, alertando para os riscos e benefícios dessa tecnologia. Embora reconhecendo seu potencial para transformar a economia e a sociedade, os líderes destacaram a importância de uma regulamentação responsável para mitigar os impactos negativos, como a invasão de privacidade e os desafios no mercado de trabalho.
O consenso alcançado no G20 reflete a disposição das principais economias do mundo em enfrentar os desafios globais de forma colaborativa. O compromisso com a justiça social, a sustentabilidade e a segurança internacional, além da atenção a novas tecnologias, marca um esforço conjunto para moldar um futuro mais justo e equilibrado.
Por: Ana Cléia Araujo
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