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O ser humano, desde os primórdios da humanidade, sempre foi atraído pelo Sagrado. Nas mais diversas culturas e civilizações, podemos observar uma tentativa de se conectar com o divino. Altares eram erigidos, bosques eram plantados, postes sagrados eram erguidos, cosmogonias eram transmitidas via tradição oral, a fim de apontar para o poder dos deuses sobre o universo e a natureza. A humanidade buscava a um deus para chamar de seu.

Na contemporaneidade, a busca por um deus continua. É possível, inclusive, identificar pessoas adoram a uma divindade totalmente customizada, isto é, feita sob medida para sua vida e suas necessidades. Assemelha-se até mesmo a uma projeção idealizada de seu próprio “eu”. O problema de tal egolatria é a frustração que dela decorre, haja vista que esse “eu-divinizado” não satisfaz aos anseios da espiritualidade humana na busca pelo transcendente ou – na linguagem do teólogo suíço Karl Barth – pelo Totalmente Outro, que confere sentido à vida.

Diante disso, a teologia cristã se volta para as Sagradas Escrituras. Nela encontramos os rastros do verdadeiro Deus, que não pode ser minimamente descrito pelo método científico, nem mesmo a “melhor” teologia consegue exauri-lo em sua totalidade. Este Deus é “misterium” que nos escapa. Paradoxalmente, mesmo sendo um “misterium” este Deus é cognoscível: Ele se dá a conhecer. Segundo a tradição Patrística, podemos até fazer afirmações positivas (catafáticas) a respeito de quem Ele é (amor, justiça) e afirmações apofáticas cuja reflexão é incapaz de apreender e esgotar (onipotência, onisciência, dentre outras).

O Escritor aos Hebreus afirmou:

“Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo. O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas […].” (Hebreus 1:1-3 – NVI).

Para a nossa felicidade, o Deus verdadeiro e único se autorrevela à humanidade.  Encontramos na Bíblia a pessoa de Jesus, a face humana de Deus. Temos nEle um novo e vivo caminho, muito superior ao método cartesiano ou a qualquer outra metodologia científica, diga-se de passagem, pois através dEle chegamos a Deus (Hb 10.20; Jo 14.6).

A criação, a Sagrada Escritura e a pessoa de Jesus de Nazaré nos revelam o verdadeiro Deus. Destarte, não necessita o ser humano confeccionar um Deus customizado, à sua imagem e semelhança. Aliás, somos convidados pelas Escrituras (1Jo 2.9, Jo 13.15) a um caminho inverso que Tomás de kempis denominou Imitatio Christi, isto é, a Imitação de Cristo. O discipulado cristão consiste em uma vida mimética tendo Jesus como modelo. Assim, quanto mais parecidos com Jesus nós somos, mais nos adequamos à Imagem e Semelhança do único e verdadeiro Deus.

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